segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A unificação da Alemanha


Na Itália a unificação tinha sido liderada por um único Estado. Na Alemanha, dois Estados disputavam a liderança da unificação: a Áustria e a Prússia. Hoje em dia, a Prússia não existe mais. Faz parte do território alemão. A Áustria é hoje um país separado da Alemanha. Dá então pra perceber, quem levou a melhor...

Antes de a unificação política começar, existia a unificação econômica. Os diversos Estados independentes da Alemanha, liderados pela Prússia, estavam ligados pelo Zollverein, isto é, a união aduaneira. O que era isso? O comércio entre os membros da união era feito sem cobrança de tarifas alfandegárias (impostos sobre importação). A Áustria quis participar dessa união, mas foi impedida pela Prússia.

O grande problema da Áustria é que ela formava um império que dominava povos como húngaros, tchecos e eslovacos, italianos e outros. Tinha que ficar o tempo todo se preocupando com possíveis revoltas nacionalistas. Não dava para medir forças com a Prússia.

O rei prussiano Guilherme I (imagem 1) tinha como primeiro-ministro Otto von Bismarck (imagem 2). Ele era latifundiário (em alemão: Junker) mas percebeu a utilidade de uma aliança entre os aristocratas rurais (como ele) e a burguesia. Para ele, a unificação deveria acontecer pela guerra, com ferro e sangue. Montou um exército poderoso, equipado por uma indústria alemã que crescia a olhos vistos. Daí, partiu para a briga.

Na primeira guerra, em 1864, Bismarck uniu a Áustria à Prússia para tomar duas regiões dinamarquesas com população alemã: os ducados de Schleswig e Holstein. A pequena Dinamarca foi facilmente derrotada. Em 1866, Bismarck empurrava a Prússia numa guerra contra a Áustria.

Como a Áustria tinha uma porção de problemas com as lutas dos italianos na Lombardia e Veneza, e com a ameaça de uma revolta húngara, não conseguiu impedir o triunfo prussiano.

A antiga Confederação Germânica foi dissolvida. O que passava a existir era a Confederação Germânica do Norte, reunindo os Estados alemães do norte e liderados pela Prússia. Faltava só o apoio dos Estados do sul. Ele chegaria com a guerra franco-prussiana.

O pretexto para a guerra foi simples. Bismarck queria que o rei da Espanha fosse um parente do rei prussiano Guilherme I, ou seja, um membro da família Hohenzollern. É bom lembrar que naquela época os príncipes e princesas casavam-se com príncipes e princesas de outros países europeus. Muita gente era parente um do outro. Acontece que a França não via com bons olhos essa festinha familiar que o alemão Bismarck queria promover na Espanha. Habilidosamente, Bismarck mandou um telegrama para o imperador francês Napoleão III. O telegrama era assinado por Guilherme I, mas feito pelo astuto ministro. Telegrama maldoso, publicado pelos jornais e que ofendia os franceses. Napoleão III aceitou a provocação e caiu na armadilha: declarou guerra à Prússia. Exatamente o que Bismarck queria.

Os prussianos eram mais numerosos, bem treinados e comandados, e possuíam melhores armas. A guerra foi um passeio. Começou em 1870 e no ano seguinte a França estava derrotada, sendo que Napoleão III foi feito prisioneiro em pleno campo de batalha. Pelo Tratado de Frankfurt, a França cedia a região da Alsácia- Lorena, rica em minerais, além de pagar uma pesada dívida de guerra. Na suntuosa sala dos espelhos no palácio de Versalhes, na França, o rei Guilherme I foi coroado e aclamado imperador da Alemanha unificada. Os alemães podiam relaxar e tomar cerveja à vontade. A unificação estava pronta.



Caracterize a importância da guerra franco-prussiana para a unificação alemã.

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