sábado, 29 de agosto de 2009

Conclusão

Unificação Italiana e Alemã

Em 1848, em nome do nacionalismo e do liberalismo, os povos dessas nações se rebelaram contra os governos absolutistas e lutaram pela unificação. Infelizmente, a unificação não ocorreu por dois motivos:

1) A burguesia estava interessadíssima na un
ificação dos mercados e no apoio que teria de um estado mais forte. Ela queria a unificação, porém a qual preço? Ao preço de nascer um país democrático, com plenas liberdades para o povo trabalhador se manisfestar e até ouvir os socialistas? Negativo: a burguesia não pagaria este preço.
2) Intervenções de potências, principalmente da Aústria, que queria manter seu controle sobre os Estados Alemães e o domínio da região da Lombarida-Veneza na Itália.

O negócio era a união entre a burguesia e a aristrocacia.
Mais isso só foi feito porque a burguesia conseguiu resolver seus problemas como?

1) como unificar sem a participação popular?
2) e como evitar a intervenção estrangeira de países como Aústria e a França?

No primeiro, praticamente abandonando o liberalismo e reforçando o nacionalismo e no segundo criando poderosos exércitos e articulando alianças com outras potências.


Unificação italiana


Entre os diversos estados italianos o mais capaz de liberar a unificação era o reino de Piemonte-Sardenha, por ser o mais industrializado. Além disso, lá a burguesia era mais rica e livre pra lutar.
As principais ações foram controladas pelo ministro de Píemonte, que em 1858 montou uma aliança com o imperador da França.
A França tinha prometido dar forças para Piemonte no caso de uma guerra contra a Aústria. Apesar disso, retirou suas tropas com medo de uma intervenção da Prússia. Enquanto isso no Sul da Itália, um camponês chamado Carour liderava um exército de c
amponeses que acreditava em uma unificação que lhes renderia terras e direitos.
Depois de entrar em duas guerras que não eram sua, apoiando sempre o lado mais forte, a Itália em 1870, completou sua unificação.




Unificação Alemã


Ao contrário da Itália, dois estados disputaram a liderança da unificação: Prússia e Aústria.
Antes da unificação política havia a unificação econômica, onde, diversos estados independentes da Alemanha eram liderados pela Prússia, e estavam ligados pela união aduaneira (o comércio entre os membros da união eram feitos sem impostos). O rei prussiano Guilherme I junto com o seu 1º ministro perceberam que havia grande utilidade de uma aliança entre os aristocrtas rurais e a burguesia, por causa da guerra.
A Prússia montou um exército poderoso, e foi para a briga. Como a Aús
tria tinha muito problemas com as lutas dos italianos na tombardia e veneza, e com a ameaça de uma revolta hungara não conseguiu impedir o triunfo prussiano.
Coma vitória, a Prússia queria que o rei da Espanha fosse um parente de Guilherme III. Mas a França não gostou nada disso, e um telegrama mandado pelo 1º ministro em nome do rei foi julgado impertinente pela França, que declarou guerra a Prússia. Essa guerra durou um ano, e a França foi derrotad, tendo que ceder a região da Alsácia-Lorena.
Assim, o rei Guilherme foi coroado Imperador da nova Alemanha unificada.





Cite algumas consequências dos processos de unificação da Itália e da Alemanha no quadro político da Europa no século XIX.



segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A unificação da Alemanha


Na Itália a unificação tinha sido liderada por um único Estado. Na Alemanha, dois Estados disputavam a liderança da unificação: a Áustria e a Prússia. Hoje em dia, a Prússia não existe mais. Faz parte do território alemão. A Áustria é hoje um país separado da Alemanha. Dá então pra perceber, quem levou a melhor...

Antes de a unificação política começar, existia a unificação econômica. Os diversos Estados independentes da Alemanha, liderados pela Prússia, estavam ligados pelo Zollverein, isto é, a união aduaneira. O que era isso? O comércio entre os membros da união era feito sem cobrança de tarifas alfandegárias (impostos sobre importação). A Áustria quis participar dessa união, mas foi impedida pela Prússia.

O grande problema da Áustria é que ela formava um império que dominava povos como húngaros, tchecos e eslovacos, italianos e outros. Tinha que ficar o tempo todo se preocupando com possíveis revoltas nacionalistas. Não dava para medir forças com a Prússia.

O rei prussiano Guilherme I (imagem 1) tinha como primeiro-ministro Otto von Bismarck (imagem 2). Ele era latifundiário (em alemão: Junker) mas percebeu a utilidade de uma aliança entre os aristocratas rurais (como ele) e a burguesia. Para ele, a unificação deveria acontecer pela guerra, com ferro e sangue. Montou um exército poderoso, equipado por uma indústria alemã que crescia a olhos vistos. Daí, partiu para a briga.

Na primeira guerra, em 1864, Bismarck uniu a Áustria à Prússia para tomar duas regiões dinamarquesas com população alemã: os ducados de Schleswig e Holstein. A pequena Dinamarca foi facilmente derrotada. Em 1866, Bismarck empurrava a Prússia numa guerra contra a Áustria.

Como a Áustria tinha uma porção de problemas com as lutas dos italianos na Lombardia e Veneza, e com a ameaça de uma revolta húngara, não conseguiu impedir o triunfo prussiano.

A antiga Confederação Germânica foi dissolvida. O que passava a existir era a Confederação Germânica do Norte, reunindo os Estados alemães do norte e liderados pela Prússia. Faltava só o apoio dos Estados do sul. Ele chegaria com a guerra franco-prussiana.

O pretexto para a guerra foi simples. Bismarck queria que o rei da Espanha fosse um parente do rei prussiano Guilherme I, ou seja, um membro da família Hohenzollern. É bom lembrar que naquela época os príncipes e princesas casavam-se com príncipes e princesas de outros países europeus. Muita gente era parente um do outro. Acontece que a França não via com bons olhos essa festinha familiar que o alemão Bismarck queria promover na Espanha. Habilidosamente, Bismarck mandou um telegrama para o imperador francês Napoleão III. O telegrama era assinado por Guilherme I, mas feito pelo astuto ministro. Telegrama maldoso, publicado pelos jornais e que ofendia os franceses. Napoleão III aceitou a provocação e caiu na armadilha: declarou guerra à Prússia. Exatamente o que Bismarck queria.

Os prussianos eram mais numerosos, bem treinados e comandados, e possuíam melhores armas. A guerra foi um passeio. Começou em 1870 e no ano seguinte a França estava derrotada, sendo que Napoleão III foi feito prisioneiro em pleno campo de batalha. Pelo Tratado de Frankfurt, a França cedia a região da Alsácia- Lorena, rica em minerais, além de pagar uma pesada dívida de guerra. Na suntuosa sala dos espelhos no palácio de Versalhes, na França, o rei Guilherme I foi coroado e aclamado imperador da Alemanha unificada. Os alemães podiam relaxar e tomar cerveja à vontade. A unificação estava pronta.



Caracterize a importância da guerra franco-prussiana para a unificação alemã.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A unificação italiana



Entre os diversos Estados italianos, o mais capaz de liderar a unificação era o reino de Piemonte-Sardenha. O que ele tinha que os outros não tinham? Era o mais industrializado de todos. Além disso, seu regime era de monarquia constitucional. Lá, a burguesia era mais rica e livre para lutar.
As principais ações foram controladas pelo ministro de Piemonte, Cavour, latifundiário, banqueiro, dono de fábrica e economista. Em 1858, ele m
ontou uma aliança com o imperador da França, Napoleão III, que também não simpatizava muito com os austríacos. A França tinha prometido ajudar Piemonte no caso de uma guerra contra a Áustria. A tal guerra começou em 1859. Apesar de a França ter retirado sei apoio com medo de uma intervenção da Prússia, que estava formando um grande exército, a Itália conseguiu vitórias importantes. A Lombardia passava a ser italiana, embora Veneza continuasse austríaca.
Enquanto essas coisas aconteciam, o sul da Itália também se mobilizava. O líder de lá não era um nobre como Cavour, mas um homem do povo chamado Giuseppe Garibaldi. Liderando um exército de camponeses que acreditavam numa unificação que lhes desse terras e direitos democráticos, Garibaldi derrotou o rei de Nápoles, um membro da dinastia francesa Bourbon.

As lutas contra a Áustria tinham estimulado os reinos de Toscana, Parma, Romanha e Módena a se unir ao reino de Piemonte. Em 1866, estourou uma guerra entre a Áustria e a Prússia. A Itália aproveitou e ficou do lado da Prússia. Assim eu a Áustria foi derrotada, Piemonte tratou logo de engolir Veneza.

As lutas prosseguiram e Garibaldi passou a controlar o sul da Itália. Entretanto, seu movimento não possuía força capaz de assumir o governo de todo o país. Assim, Garibaldi teve que reconh
ecer sua submissão diante do rei de Piemonte-Sardenha.
Quando estourou a guerra entre a França e a Prússia, em 1870, Cavour novamente botou a Itália apoiando o lado mais
forte. No caso, os alemães prussianos. Os franceses tinham tropas sediadas em Roma pare que os italianos não tomassem posse dos territórios do papa. Diante da guerra com os prussianos, tiveram que se retirar. Então, o exército nacional italiano ocupou Roma e o papa, furioso, teve que aceitar o fim do seu poder. A luta da Itália deu certo. Naquele mesmo ano de 1870, ela completava sua unificação.




Garibaldi,
o herói do povo.
Giuseppe Garibaldi (1807-1882) descendia de uma família

de marinheiros. Ele próprio, com apenas dez anos de idade, começou a trabalhar como grumete (aprendiz) em navios. Ainda jovem, participou das lutas nacionais na Itália junto com os seguidores do democrata Mazzini. Exilado na América do Sul, não desistiu de lutar. Participou da Guerra dos Farrapos (1835-1845) no Brasil, uma revolta no Rio Grande do Sul e Santa Catarina contra os excessos do poder centralizado de D. Pedro II. Foi no Brasil que ele se apaixonou e se casou com Anita Garibaldi, uma bela morena catarinense. De volta à Itália, participou da revolução de 1848 e acabou sendo preso. De novo o exílio e de novo o retorno: em 1860, Garibaldi formava um exército de milhares de camponeses (os camisas vermelhas) na Sicília. Esse homem incansável, aventureiro e cativante não descansaria enquanto não libertasse sua pátria.



Qual a relação entre a guerra franco-prussiana e a unificação italiana?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Problemas a resolver

Na metade do século XIX a Alemanha e a Itália ainda não tinham formado seu Estado nacional. Em 1848, em nome do nacionalismo e do liberalismo, os povos de ambas nações rebelaram-se contra os governos absolutistas e lutaram em busca da unificação. Infelizmente, a unificação não ocorreu de imediato por dois motivos principais:

  1. A burguesia mostrava interesse na unificação dos mercados e no apoio que teria de um Estado mais forte. Mas por outro lado, ficou apavorada com as revoltas populares. Não eram somente as reivindicações democráticas que a assustava, mas também as primeiras manifestações dos socialistas. Quando ocorreu a luta do povo contra as forças absolutistas, a burguesia mostrou-se ausente. Ela bem que queria a unificação. Porém, a qual preço? Ao preço de nascer um país democrático, com liberdade para o povo trabalhador se manifestar e até mesmo ouvir os socialistas? Negativo: a burguesia não pagaria esse valor.
  2. A intervenção das potências estrangeiras, principalmente da Áustria, que queria manter seu controle sobre os Estados alemães e o domínio da região da Lombardia-Veneza na Itália.

A unificação aconteceria nos anos 1860/1871. Bem, se ela deu certo, é porque a burguesia conseguiu resolver seus principais problemas.

  1. Como fazer a unificação evitando a perigosa participação popular?
  2. Como evitar a intervenção estrangeira de países como a Áustria e a França?


E como isso foi feito? No primeiro caso, praticamente deixando o liberalismo de lado e reforçando o nacionalismo. O tempo em que a burguesia era liberal e chamava o povo para pegar em armas e lutar contra o governo era coisa do passado. No momento, o que predominava era a união entre a burguesia e a aristocracia. O povo participaria, mas sem iniciativa própria, sem reivindicações especiais. Seria uma unificação feita de cima para baixo.

O segundo problema era a intervenção estrangeira. A solução foi criar poderosos exércitos e articulando alianças com outras potências.

Assim, foi possível a unificação.


Por que as unificações alemã e italiana não foram obtidas nas revoluções de 1848?